terça-feira, novembro 24, 2009

Friooooooooo


O tempo torna-se frio, congelando-nos nele.
O seu ar gelado prende-me o pensamento, provoca na minha alma demasiado tormento. Fico desprovida de ar, desencantada de sentimento.

Corrida no chão. Passo lento. Mão gelada. Conversa acabada. Chuto na pedra e já sinto o cheiro a casa. O silêncio que exalta os meus ouvidos torna-se oposto á indiferença que a multidão tem no seu rosto. Chove. Gota a gota, elas escorregam, lavam, tropeçam e desmaiam a meus pés. Quanta dessa chuva vem afligir a bela sinfonia dos pássaros para a sua alvorada.

Chega a noite que se vê privada do seu brilho lunar, graças a uma nuvem que beija as aguas do mar, e se deixa ficar, ocupando o seu lugar. É demasiado absurdo passear por um Mundo onde tu não estás.
Padeço que o dia sem ti se torna noite, e a noite não mais dia. Pela altura que abrir a porta, vou-me abster deste frio que corta. Deitar-me-ei encostada ás tuas palavras que me aquecem e trazem o calor que os meus olhos carecem. Em meu coração morto, nasce um outro. Encontro o deleito sobre teu peito. Nos pulmões, uma imensidão de amor, sinto a dor desaparecer em dois corações. Mas resta-me por este frio, uma manta e o sonho no vazio.

Todas as palavras que omiti sem brio te apelo ao perdão. Nem risos calados, nem laços amarrados te chegarão ao coração.
Foto: Verão 2009

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